Especialistas apontam falta de estratégia global para o Património
Santiago em risco de perder sede de organismo internacional
A possibilidade de Santiago do Cacém poder vir a receber a sede da secção do Sul da Europa da futura Associação Internacional dos Tesouros e Museus da Igreja é cada vez mais remota, segundo revelou o historiador José António Falcão, ao intervir no 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, realizado no dia 9 de Julho, no auditório da Biblioteca Municipal local.
Encarregado de escolher o município alentejano que irá albergar a organização, José António Falcão,
professor universitário e director do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, considerou ser “muito difícil recuperar até 2006, o edifício dos antigos Paços do Concelho”, no centro histórico de Santiago do Cacém, onde poderia funcionar a estrutura, capaz de “criar quatro ou cinco postos de trabalho directos”.
Face à realidade de outros municípios “terem já instalações prontas a usar, com chave na mão”, Falcão admite poder escolher outra paragem para a secção Sul da Associação, que irá estudar e promover o importante espólio patrimonial da Igreja e será fundada no próximo dia 8 de Dezembro, em Roma.
A incapacidade do actual executivo autárquico de Santiago do Cacém, em gerir e tirar proveito de um dos mais ricos patrimónios históricos do Alentejo, deixou revoltado Cascão da Silva, o candidato do PS às eleições de 9 de Outubro, que se mostrou “chocado com as oportunidades perdidas pelo município, que não podem ser esbanjadas”.
O rol do desperdício em termos de aproveitamento do Património Histórico, tema de um dos painéis do 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, organizado pela concelhia do PS, foi enumerado pelo investigador José António Falcão, para quem, por exemplo, “a Câmara não parece muito preocupada com a instalação em Santiago do Cacém, do Museu de Arte Sacra”, tantas são as dificuldades que têm existido.
Falcão considerou ainda “vergonhoso para Santiago do Cacém, ter-se perdido a oportunidade de ter no concelho um projecto do arquitecto Siza Vieira, que seria a nova igreja”, revelando ter-se visto “obrigado a devolver uma verba de 10 mil contos (cerca de 50 mil euros) a uma fundação italiana que se propunha financiar o projecto”.
O historiador lembrou, por isso, que “o Património não é um factor de imobilismo, mas antes uma mais-valia que se pode e deve aproveitar para que Santiago do Cacém seja uma terra mais desenvolvida”.
Por isso, o historiador definiu algumas apostas para o município que passam pela “recuperação e preservação do património etnográfico do concelho, que é muito rico”, pela valorização dos Caminhos de Santiago, “já que passava pelo concelho a rota dos peregrinos que iam do Sul até Compostela”, e ainda pela dinamização do museu municipal, que “precisa de novas instalações, de uma estrutura profissional e de algum investimento”.
José António Falcão não esqueceu também a necessidade de recuperar e aproveitar de vez o centro histórico da sede do terceiro concelho mais populoso do Alentejo, onde, “se a situação não é ainda de abandono, é globalmente refém de uma estratégia da Câmara, que passou pela aquisição de edifícios e se vê agora dona de um vasto parque arquitectónico, sem ocupação”.
Igual problema foi salientado por Filomena Barata, arqueóloga e directora Regional de Évora do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), para quem “o centro histórico não vai sobreviver sem uma estratégia de ocupação, habitacional e comercial”.
A responsável do IPPAR defendeu igualmente ser necessário “fazer um levantamento das potencialidades de estação romana de Miróbriga, que, funcionando em rede com outros recursos do concelho, poderá ser um pólo dinamizador para o aproveitamento do Património de Santiago do Cacém”.
Com o 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, que, no passado sábado, juntou cerca de uma centena de pessoas na Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém, o PS e o seu candidato, Cascão da Silva, pretenderam ouvir especialistas e a sociedade civil, de forma a elaborar o seu programa eleitoral para conquistar a Câmara Municipal, há 30 anos dominada pela CDU, e que, em 2001, fugiu aos socialistas por apenas 580 votos.
De forma a facultar a qualquer cidadão, informação sobre os fóruns “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, a organização decidiu compilar todas as notas informativas neste blogue.
Santiago em risco de perder sede de organismo internacional
A possibilidade de Santiago do Cacém poder vir a receber a sede da secção do Sul da Europa da futura Associação Internacional dos Tesouros e Museus da Igreja é cada vez mais remota, segundo revelou o historiador José António Falcão, ao intervir no 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, realizado no dia 9 de Julho, no auditório da Biblioteca Municipal local.
Encarregado de escolher o município alentejano que irá albergar a organização, José António Falcão,
professor universitário e director do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, considerou ser “muito difícil recuperar até 2006, o edifício dos antigos Paços do Concelho”, no centro histórico de Santiago do Cacém, onde poderia funcionar a estrutura, capaz de “criar quatro ou cinco postos de trabalho directos”.
Face à realidade de outros municípios “terem já instalações prontas a usar, com chave na mão”, Falcão admite poder escolher outra paragem para a secção Sul da Associação, que irá estudar e promover o importante espólio patrimonial da Igreja e será fundada no próximo dia 8 de Dezembro, em Roma.
A incapacidade do actual executivo autárquico de Santiago do Cacém, em gerir e tirar proveito de um dos mais ricos patrimónios históricos do Alentejo, deixou revoltado Cascão da Silva, o candidato do PS às eleições de 9 de Outubro, que se mostrou “chocado com as oportunidades perdidas pelo município, que não podem ser esbanjadas”.
O rol do desperdício em termos de aproveitamento do Património Histórico, tema de um dos painéis do 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, organizado pela concelhia do PS, foi enumerado pelo investigador José António Falcão, para quem, por exemplo, “a Câmara não parece muito preocupada com a instalação em Santiago do Cacém, do Museu de Arte Sacra”, tantas são as dificuldades que têm existido.
Falcão considerou ainda “vergonhoso para Santiago do Cacém, ter-se perdido a oportunidade de ter no concelho um projecto do arquitecto Siza Vieira, que seria a nova igreja”, revelando ter-se visto “obrigado a devolver uma verba de 10 mil contos (cerca de 50 mil euros) a uma fundação italiana que se propunha financiar o projecto”.
O historiador lembrou, por isso, que “o Património não é um factor de imobilismo, mas antes uma mais-valia que se pode e deve aproveitar para que Santiago do Cacém seja uma terra mais desenvolvida”.
Por isso, o historiador definiu algumas apostas para o município que passam pela “recuperação e preservação do património etnográfico do concelho, que é muito rico”, pela valorização dos Caminhos de Santiago, “já que passava pelo concelho a rota dos peregrinos que iam do Sul até Compostela”, e ainda pela dinamização do museu municipal, que “precisa de novas instalações, de uma estrutura profissional e de algum investimento”.
José António Falcão não esqueceu também a necessidade de recuperar e aproveitar de vez o centro histórico da sede do terceiro concelho mais populoso do Alentejo, onde, “se a situação não é ainda de abandono, é globalmente refém de uma estratégia da Câmara, que passou pela aquisição de edifícios e se vê agora dona de um vasto parque arquitectónico, sem ocupação”.
Igual problema foi salientado por Filomena Barata, arqueóloga e directora Regional de Évora do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), para quem “o centro histórico não vai sobreviver sem uma estratégia de ocupação, habitacional e comercial”.
A responsável do IPPAR defendeu igualmente ser necessário “fazer um levantamento das potencialidades de estação romana de Miróbriga, que, funcionando em rede com outros recursos do concelho, poderá ser um pólo dinamizador para o aproveitamento do Património de Santiago do Cacém”.
Com o 2º fórum “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, que, no passado sábado, juntou cerca de uma centena de pessoas na Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém, o PS e o seu candidato, Cascão da Silva, pretenderam ouvir especialistas e a sociedade civil, de forma a elaborar o seu programa eleitoral para conquistar a Câmara Municipal, há 30 anos dominada pela CDU, e que, em 2001, fugiu aos socialistas por apenas 580 votos.
De forma a facultar a qualquer cidadão, informação sobre os fóruns “Santiago em Acção: Um projecto para o Concelho”, a organização decidiu compilar todas as notas informativas neste blogue.
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